O SUBDESENVOLVIMENTO

O SUBDESENVOLVIMENTO

A expressão subdesenvolvimento originou-se após a Segunda Guerra Mundial para denominar os países com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).  Esses países possuem características semelhantes, porém não podem ser considerados homogênios. Há enfim, uma dicotomia ao classificar os pais em desenvolvidos e subdesenvolvidos. Mas ima coisa é certa, essa realidade faz parte da vida da maioria da população do planeta, concentrados entretanto nos continentes africanos, asiáticos e latinos americanos. Consequência da mundialização capitalista que vem ocorrendo desde as grandes navegações.
Características do subdesenvolvimento:
·         Países que apresentam baixos índices de desenvolvimento humano
·         Profundas desigualdades sociais e regionais em cada um desses países, no qual a maioria da população vive em péssimas condições de vida
·         Muito desses países ainda se inserem na tradicional divisão internacional do trabalho (DIT), continuando a ser essencialmente exportadores de matérias primas e de alimentos a preços baixos.
·         Muitos dos países subdesenvolvidos, apesar de serem industrializados apresenta um quadro de grande dependência externa econômica, agravada sobretudo pela necessidade de acesso a novas tecnologias e o aumento da dívida externa
·         A industrialização que ocorreu nesses países, foi dependente de capitais e tecnologias do exterior. É um processo de industrialização  desigual ao dos países desenvolvidos, sendo esse processo comandado por interesse externo.
Países centrais e periféricos
“Países Centrais”- é uma expressão usada para designar uma tríade: Estados Unidos, Japão e União Européia, que comandam o sistema capitalista.
“Países Periféricos” são formados pelo restante do mundo, com maior ou menor integração aos países centrais.
Saiba que:
1.      Os Estados Unidos, é o único país central que exerce influência no mundo inteiro, os outros países centrais tem influência mais regional.
2.      Mesmo na periferia, existem países com influências regionais importantes, como é o caso da China, Brasil e Índia. Esses países recebem ainda outra classificação, a de países “emergentes” por exercerem grande importância econômica regional ainda que sejam classificados como países periféricos.
Importante:
A China, ora é classificada como potência, quando se refere a sua importância geopolítica, ora é classificada como país periférico. A China também é membro permanente do Conselho da ONU. Daí, a sua importância Geopolítica.
ONU: Organização das Nações Unidas
Fundada em 24 de outubro de 1945, na cidade de São Francisco (Califórnia – Estados Unidos).
O conselho de Segurança da ONU, é formado por 15 membros, sendo que apenas cinco são permanentes e 10 provisórios, eleitos a cada 2 anos. A composição dos membros permanentes, que formam o núcleo do Conselho de Segurança, reúne as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial e têm poder de veto sobre qualquer resolução tomada pela instituição: EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia (até 1991 URSS) e China.
Atualmente o Brasil tenta entrar como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil, juntamente com outros 3 países, fazem parte do G4.
O G4 é uma aliança entre Alemanha, Brasil, Índia e Japão com a proposta de apoiar as propostas uns dos outros para ingressar em lugares permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Objetivos principais da ONU:
- Defesa dos direitos fundamentais do ser humano;
- Garantir a paz mundial, colocando-se contra qualquer tipo de conflito armado;
- Busca de mecanismos que promovam o progresso social das nações;
- Criação de condições que mantenham a justiça e o direito internacional.

As instituições internacionais, como a ONU e o Banco Mundial, não usam a expressão “país subdesenvolvido”, mas “país em desenvolvimento”. Isso remete pensar que o subdesenvolvimento é um estágio para o desenvolvimento. Esta classificação é considerada ilusória, pois países subdesenvolvidos e desenvolvidos representam realidades opostas, porém, inseparáveis, resultantes do processo de mundialização do capitalismo que, desde as grandes navegações, ouve a transferência de riquezas das colônias para as metrópoles, fruto da colonização e do imperialismo, na qual a riqueza concentrou-se nos países considerados atualmente como desenvolvidos.
O capitalismo gerou desigualdades em cada país, definindo classes sociais, e gerou também desigualdades entre as nações, definindo uma divisão do trabalho em escala mundial.
De forma geral, pode-se dizer que no mundo temos os grupos dos países ricos (desenvolvidos) e dos países pobres (subdesenvolvidos) e ainda, os intermediários entre os dois grupos, países (“emergentes”).
Embora os países ditos desenvolvidos sejam os mais ricos do mundo e os subdesenvolvidos estejam no lado oposto. Alguns países subdesenvolvidos e emergentes, são mais ricos que alguns países classificados como desenvolvidos nos quesitos: (PNB, recursos naturais, potencial do mercado interno) e suas elites tem alto padrão de vida. Como no Brasil, China, Índia e México.
Exemplo:
Os países do Golfo Pérsico produtores de Petróleo (Arábia Saudita, Kuwait) possuem rendas per capita entre as mais altas do mundo, porém esta riqueza se concentra nas mãos da minoria, não podendo assim ser considerado desenvolvidos;
O Brasil, país de renda média alta, tem uma das piores distribuição de renda do mundo.
Portanto, analisar o nível de desenvolvimento de um país ou o nível de vida de uma população apenas do ponto de vista macroeconômico, significa obter uma visão parcial e limitada. Para analisar a qualidade de vida de uma população, além dos indicadores econômicos tradicionais (como renda per capita e PNB), deve ser considerados os sociais (expectativa de vida, mortalidade infantil e analfabetismo, por exemplo) e os políticos (respeito aos direitos humanos, participação política da população, entre outros). È por isso que desde 1990, o PNUD calcula e divide o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de quase todos os países. Esse índice fornece um retrato mais preciso da qualidade de vida das populações.

Os países subdesenvolvidos e seus maiores problemas

Com raras exceções, os países subdesenvolvidos são governados por ditaduras ou regimes democráticos pouco consolidados, sob o comando de elites em geral indiferentes ao bem–estar social do restante da população. Por isso o Estado deixa de cumprir com muitas das suas atribuições básicas para satisfazer aos interesses da classe social ou do grupo étnico que detém o poder.
Nos países subdesenvolvidos que atingiram um certo grau de industrialização, foi freqüente uma classe social se apropriar do aparelho do Estado. Neste caso era comum a concessão de subsídios e de generosos incentivos fiscais a diversos grupos econômicos, dos mais variáveis setores, que estivessem ligados ao poder, levando a criação de políticas protecionistas que serviram mais para garantir lucros a setores do empresariado nacional, ou até mesmo multinacional.
O desvio das funções do Estado, a relação entre Estado e capital, a impunidade e o desrespeito à cidadania acabaram intensificando nos países subdesenvolvidos, outro fenômeno: a corrupção. Que por mais que não sejam exclusivamente deles, este problema está fortemente presente na maioria dos países subdesenvolvidos, consumindo recursos que poderiam ser canalizados para a solução dos graves problemas sociais que enfrentam.
Ligados também a corrupção, está a dívida externa. Onde na maioria desses países, a dívida foi feita por regimes ditatoriais, que, por terem chefes de governos que chegaram ao poder sem serem eleitos, não tinham representatividade nem legitimidade para contrair empréstimos externos. O dinheiro então era desviado para paraísos fiscais ou até mesmos investidos em obras caras e de necessidades duvidosas.
Outro grande problema dos países subdesenvolvidos africanos, estão, as guerras civis internas que as arruínam social e economicamente. A falta de consciência na divisão territorial impostas pelos países imperialistas, desrespeitando as etnias já existentes, favorecem pequenos grupos majoritário, ocorrendo diversos conflitos principalmente após ao fim da guerra fria. Entretanto, acredita-se que o maior problema das guerras civis são originados da pobreza em que a população de um modo geral vive.

A Divisão Internacional do Trabalho – DIT

Após a Segunda Guerra Mundial, a economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado do que antes. Dentro dessa nova paisagem de prosperidade surgiram as empresas chamadas de multinacionais ou transnacionais. Elas assumiram grandes proporções, formaram conglomerados que se espalharam pelo mundo, até em países subdesenvolvidos e recém-independentes, como a África do Sul. Essas empresas passaram a atuar no final do século XIX e meados do século XX. 
Mas porque essas empresas atuam fora dos limites de seus países de origem?
Porque querem melhores negócios, maior renda para o capital, maior lucratividade. Isso é que explica o fato de alguns países terem se industrializado nesse período.
Os países subdesenvolvidos permitem boa lucratividade a essas empresas devido a fatores como:
·         Mão-de-obra abundante e barata;
·         Fontes de matéria-prima e energia estão disponíveis a baixo custo;
·         Mercado interno em crescimento;
·         Facilidades de exportação e remessa de lucros para as sedes no exterior;
·         Incentivo fiscais e subsídios governamentais;
·         Ausência de legislação de proteção ao meio ambiente, ou facilidade em burla-lá.

Essas vantagens não são encontradas em todos os países e nem todas juntas no mesmo país.
Assim nem todos os países se industrializam. Muitos deles começaram a ser exportadores de produtos industrializados aos poucos deixaram de serem apenas exportadores de matéria-prima. Mas, pelo menos no momento, não é possível classificá-los como países desenvolvidos. Estão incluídos numa nova divisão internacional de trabalho (DIT).

No capitalismo financeiro a DIT funciona da seguinte forma:

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A industrialização que ocorreu nesses países, foi dependente de capitais e tecnologias do exterior. É um processo de industrialização desigual aos dos países desenvolvidos, sendo esse processo comandado por interesse externo.
Pode-se dizer que o processo é desigual aos dos países desenvolvidos, porque os tipos de indústria e tecnologia empregada é inferior aos da matriz. Nos países subdesenvolvidos tendem-se a se instalar indústrias poluidoras, que consomem grandes quantidades de matéria-prima e energia, e que necessitam de muita mão-de-obra. Isso faz com que ocorra uma mudança na organização industrial do mundo. Nos países desenvolvidos ficam indústrias não-poluentes, de alta tecnologia, e nos países subdesenvolvidos industrializados, as industrias que tem um patamar tecnológico inferior.

BRIC

É uma sigla que se refere a Brasil, Rússia, Índia e China, que destacaram-se no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas economias em desenvolvimento.
O México e a Coréia do Sul seriam os únicos países comparáveis com os países BRIC, mas suas economias foram excluídas inicialmente porque já foram considerados mais desenvolvidas. Em 2050, o conjunto das economias dos BRICs pode eclipsar o conjunto das economias dos países mais ricos do mundo atual. Os quatro países, em conjunto, representam atualmente mais de um quarto da área terrestre do planeta e mais de 40% da população mundial.

Diferença entre os países do BRIC:

·         Rússia, Índia e China são grandes potências militares, ao contrário do Brasil, que nunca se engajou em uma corrida armamentista.
·         Dois membros do BRIC (Rússia e China) são membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os outros dois membros do BRIC (Brasil e Índia), integram as Nações G4, cujo o objetivo é ter um lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, conseguindo o apoio de alguns países-membros, mas não tendo o apoio dos países regionais, como o México e a Argentina (contrariando o Brasil) e o Paquistão (contrariando a Índia).

Importância dos países:

·         O Brasil e a Rússia seriam os maiores fornecedores de matérias-primas - o Brasil como grande produtor de alimentos e petróleo e a Rússia, somente de petróleo - enquanto os serviços e produtos manufaturados seriam principalmente providos pela Índia e pela China, onde há grande concentração de mão-de-obra e tecnologia.
·         O Brasil desempenharia o papel de país exportador agropecuário, sendo que a sua produção de soja e de carne bovina seria suficiente para alimentar mais de 40% da população mundial. A cana-de-açúcar também desempenharia papel fundamental na produção de combustíveis renováveis e ambientalmente sustentáveis - como o álcool e o biodiesel. Além disso, seria o fornecedor preferencial de matérias-primas essenciais aos países em desenvolvimento - como petróleo, aço e alumínio -, sobretudo na América Latina e particularmente na área do Mercosul (Argentina, Venezuela, Paraguai, Uruguai), fortemente influenciada pelo Brasil.
·         O mais importante trunfo do Brasil está em suas reservas naturais de água, em sua fauna e em sua flora, ímpares em todo o mundo, que tendem a ocupar o lugar do petróleo na lista de desejos dos líderes políticos de todos os países. O Brasil ficaria em 4º lugar no ranking das maiores economias do mundo em 2050.
·         A Rússia desempenharia o papel de fornecedor de matérias-primas, notadamente hidrocarbonetos. Mas seria também de exportador de mão-de-obra altamente qualificada e de tecnologia, além de ser uma grande potência militar, característica herdada da Guerra Fria.
·         A Índia deve ter a maior média de crescimento entre os BRICs. Estima-se que em 2050 esteja no 3.º lugar no ranking das economias mundiais, atrás apenas de China (em 1.º) e dos EUA (em 2.º). Além de potência militar, o país tem uma grande população, e tem realizado vultosos investimentos em tecnologia e qualificação da mão-de obra, o que a qualificaria a concentrar no setor de serviços especializados.
·         A China deve ser, em 2050, a maior economia mundial, tendo como base seu acelerado crescimento econômico sustentado durante todo início do século XXI. Dada a sua população e a disponibilidade de tecnologia, sua economia deve basear-se na indústria. Grande potência militar, a China se encontra atualmente num processo de transição do capitalismo de Estado para o capitalismo de mercado, processo que já deverá estar completado em 2050.

Nada se pode garantir sobre o futuro dos BRICs, pois todos os países estão vulneráveis a conflitos internos, governos corruptos e revoluções populares, mas, se nada de anormal acontecer, é possível prever uma economia mundial apolar, na qual a idéia de "norte rico, sul pobre" careceria de sentido.



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