Consequências da intervenção dos EUA no Iraque

Consequências da intervenção dos EUA no Iraque


Consequências da intervenção dos EUA no Iraque

Ângelo Correia *

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A intervenção militar no Iraque foi mais fácil do que a opinião pública previra: os equipamentos iraquianos eram escassos e antiquados e a moral dos militares não era elevada. A passagem de um esquema de combate clássico para um cenário de guerrilha urbana foi célere, alimentada por parte das forças militares iraquianas, militantes islâmicos e activistas de grupos extremistas vindos do exterior, a partir do Verão de 2003. A intervenção acabou por resultar na implosão das hostilidades inter-étnicas, que poderão resultar na desagregação política do país.

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O conjunto de elementos de análise disponível tem ajudado a esclarecer as possíveis verdadeiras razões legitimadoras da intervenção militar norte-americana no Iraque.
A fundamentação relevante pretérita baseava-se na existência de um arsenal de armas de destruição maciça, que representava “uma verdadeira ameaça à segurança mundial”, e, em menor grau, uma forte articulação do regime de Saddam Hussein com o terrorismo internacional, nomeadamente a Al-Qaeda. Eram conhecidas as não-capacidades nucleares do Iraque como o eram os stocks de gás mostarda e porventura de antraz.
Estava diagnosticado o grupo terrorista Ansam-Al-Islam cujas ligações eram mais estreitas com o regime iraniano, do que com o iraquiano. Outros Estados representavam por isso um perigo bem mais evidente e sensível à “segurança mundial”. Aquelas justificações – de credibilidade duvidosa – escamotearam deliberadamente os dois factores determinantes para essa polarização: o petróleo e a geopolítica.

O petróleo
O mundo ocidental sofreu em 1973 e 1979 embates muito fortes com as decisões de aumento do preço do barril de crude. As crises que então se manifestaram, as perturbações na economia e as incertezas que daí decorreram, produziram memórias que a todo o tempo são reavivadas. A zona geográfica que inclui o Iraque, o Kuwait e a Arábia Saudita possui um valor aproximado de 70% das reservas mundiais conhecidas de petróleo, controlando por isso a maioria dos fluxos de fornecimento que em “situação de cruzeiro” se estabelecem. A esse respeito, é forçoso admitir que desde o 11 de Setembro de 2001, sectores importantes de decisão política norte-americana, têm vindo a expressar reservas e dúvidas crescentes quer ao stato quo saudita, quer à sua evolução a médio prazo.
Nessas circunstâncias, se nada se fizesse, e caso o desenvolvimento político na Arábia Saudita fosse contrário aos interesses ocidentais, estes poderiam ficar muito abalados por uma hipotética futura relação entre aquele reino e o Iraque de Saddam, ou pelo menos, pela dessintonia entre eles e o mundo ocidental. Essa hipótese política contribuiu decisivamente para a percepção da inevitabilidade de uma intervenção militar no Iraque, de modo, não só a retirar o controlo do seu território à anterior liderança, como também a colocar na região um dispositivo militar dissuasor de qualquer shifting político contrário aos interesses ocidentais. Não se trata, como quiseram fazer crer alguns sectores políticos menos perceptivos do discurso da administração Bush, ou mais marcados por um quase antiamericanismo primário, de entregar a exploração e a distribuição do petróleo iraquiano a empresas dos EUA e seus aliados, mas, sobretudo, de ter uma base física adequada de poder político militar que garantisse, quer a regular extracção e fornecimento de um determinado número de barris de petróleo, quer um preço de operação que, permitindo recursos adequados aos Estados produtores, não projectasse excessivos lucros a pagar pelos consumidores externos, o que poderia alterar os precários equilíbrios da economia mundial. É, com efeito, nesta vertente quase-reguladora, actuando paralelamente à OPEP, que se poderá também interpretar a intervenção militar. Mas não só.


Novo desígnio americano
Desde há alguns anos um novo “messianismo” nos EUA, assumido por sectores influentes da sua nova administração, e traduzido na necessidade de se utilizarem vários meios – incluindo o militar – pretende uma disseminação rápida, por um lado dos ideais e políticas da democracia, e, por outro, de uma economia aberta de mercado. Trata-se de espalhar o “Bem” lutando contra o “Eixo do Mal”, o que aliás traduz uma réplica de sinal contrário ao proselitismo exercido pelos sectores mais radicais do Islão.
Com alguma ironia, Chris Patten utiliza a expressão de Robespierre “missionários armados” para designar os protagonistas desta nova doutrina. Os alvos de tal empreendimento seriam todos os Estados onde aqueles desideratos não estivessem atingidos, nomeadamente onde fossem visíveis focos do antagonismo anti-ocidental, sobretudo os de expressão mais perturbadora da ordem internacional securitária.
Apesar de o princípio conducente à acção ser generalizado, foram imediatamente identificadas zonas prioritárias de intervenção, que, na prática coincidiam, por um lado, com as áreas onde a vulnerabilidade de alguns interesses estratégicos norte-americanos é mais assinalável, e, por outro, onde a correspondente acção punitivo-regeneradora fosse operada com o menor custo financeiro e sobretudo com menores perdas humanas. Esta situação não é desprovida de sentido: articulando o “novo desígnio americano” com a lógica acima exposta sobre o petróleo, a escolha do Médio Oriente é de uma clareza meridiana. Seria, aliás, estranho que não o fosse, na esteira do reposicionamento estratégico norte-americano, constatável desde a Guerra do Golfo (1991). Assim, aquela operação militar conduziu: à redução dos efectivos militares dos EUA na Europa, de um patamar inicial de cerca de 150.000 homens, para o patamar actual de 36.000; à manutenção, em permanência, de efectivos norte-americanos consideráveis na Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein e Qatar. Dir-se-ia que os EUA, desde aquela data, reduziram consideravelmente as suas forças na Europa Ocidental e aumentaram o seu dispositivo na Golfo. A Europa deixara de ser a grande preocupação securitária. O Golfo substituíra-a.

Consequências da intervenção militar
A intervenção militar no Iraque foi mais fácil do que a opinião pública temia, o que, aparentemente, foi positivo. Contudo, é preciso recordar a escassa eficiência das forças armadas iraquianas. A maioria do seu equipamento fora destruído em 1991 e o que restava correspondia a modelos antiquados. A moral dos seus militares não era a ideal, e a recordação da pesada derrota de doze anos antes perdurava.
Independentemente dessas circunstâncias, constituiu surpresa a debilidade da resistência, mormente na última semana de guerra. Ainda não são conhecidas com rigor as razões para tal: traições, abandonos, desarticulação da cadeia de comando, medo, incapacidade, são possibilidades mais ou menos perceptíveis, que um dia nos permitirão justificar o desmoronamento da componente militar do regime iraquiano. Mas a ausência de combate permitiu que um elevado stock de armamento – munições, explosivos e operacionais – submergissem numunderground de dificílimo acesso para as forças de coligação.
De um combate clássico, passou-se rapidamente para um cenário de pré-guerrilha urbana, que só não se concretizou nos primeiros meses porque o estado de espírito da população ainda oscilava na escolha das suas “fidelidades”. Quando o fiel da balança oscilou para uma opção mais distanciada das forças da coligação, a manu militari de guerrilha encontrou um ambiente mais propício à sua sustentabilidade.
A acção de guerrilha urbana carece de dois elementos: o que desencadeia as operações e o que lhe permite mobilidade, logística, apoio e guarida.
O primeiro elemento é hoje constituído por três tipos de agrupamentos: parte das forças iraquianas convencionais ou especiais, militantes islâmicos de várias origens geográficas que se deslocaram para o Iraque antes da operação militar, e, mais claramente desde o Verão de 2003, unidades activas de grupos extremistas islâmicos que se infiltraram no território, sobretudo pela Jordânia e Arábia Saudita. As articulações criadas entre ambas e o regresso da Ansam-Al-Islam evidenciam uma aproximação entre islamitas e nacionalistas, em nome de uma comunidade de interesses conjunturais, análoga à que se observou noutros teatros operacionais de guerrilha, e que lhes permite aplicar uma orientação jihadista. O segundo elemento abarca o conjunto crescente de “deserdados” do regime, que sofreram a guerra, a frustração, a falta de oportunidades, a morosidade das operações de reconstrução e toda a gama usual de desventuras, e que por isso o tornam altamente permeável ao apoio a grupos extremistas.
As acções conduzidas sobre o oleoduto Kirkuk/Ceyhan (previsto para estar pronto em finais de Outubro de 2003), e a conduta de água para Bagdad; a utilização de mísseis antiaéreos portáteis em Mossul ou de lança-foguetes contra um avião C17 no aeroporto de Bagdad; os trágicos atentados contra a sede da ONU e a embaixada da Jordânia; a magnitude dos roubos e ataques a viaturas privadas e públicas (15 a 20 por dia só na região já denominada por Ambush Valley, na auto-estrada n.º 10), os ataques a locais do PNUD, a bens dos Médicos Sem Fronteiras, Médicos do Mundo e Cruz Vermelha Internacional, são exemplos, entre muitos outros, desse clima de guerrilha. Acresce a desbaathização quase total do novo regime, que Paul Bremmer tornou um dos objectivos essenciais da vida politico-administrativa do Iraque — objectivo que, além de desnecessário, apenas engrossou essa massa humana de proscritos e deserdados. Os germes da instabilidade tornaram-se evidentes e são de durabilidade imprevisível.

O mosaico interétnico conflitual
No plano político, o Iraque é há doze séculos dominado pelos sunitas, um dos vários grupos étnicos existentes no seu território. Um Estado onde convivem turquemanos, curdos – aspirando à criação de uma pátria própria – sunitas e xiitas – (estes últimos maioritários), traduz um mosaico humano de gestão difícil, onde um puro sistema democrático representaria a vitória xiita, e uma obediência político-religiosa ao Conselho Superior para a Revolução Islâmica no Iraque. As consequências seriam óbvias: maior dependência do Irão, implantação a curto prazo da sharia, radicalização religiosa, afastamento ainda mais sensível dos padrões ocidentais. Caso tal ocorresse, não admiraria que alguns ainda solicitassem nova intervenção militar para deter o novo poder emergente.
Se a organização do Iraque se configurar como federal, não se vê como possível a manutenção a médio/longo prazo da unidade política iraquiana; é mais provável uma implosão com consequências imprevisíveis, que para além dos aspectos referidos, no sul e sudeste iraquianos, implicaria uma tensão com os vizinhos turcos, sírios e iranianos por causa da questão curda. Vários acontecimentos ocorridos a partir do Verão de 2003 ampliam ainda mais a perspectiva de conflito interétnico que sempre existiu no Iraque: os violentos confrontos em Kirkuk entre turquemanos e curdos, as cisões cada vez mais visíveis na etnia religiosa xiita, as tensões crescentes entre aquela e os sunitas, não pressagiam um clima de paz duradoura, sem a qual não se opera a reconstrução. Aliás, a “causalidade circular” assim criada é viciosa. Sem paz não há reconstrução. Sem esta, agrava-se o clima de hostilidade interna.
As incógnitas político-institucionais são, por isso, de elevada magnitude, mas a percepção de uma eventual ausência futura de elementos de forte centralidade política dificulta ainda mais a análise. Se fosse possível aceitar a formação do poder com base numa maioria política – que obviamente seria da maioria xiita – não deixando contudo que ela fizesse reflectir na orientação do Estado a sua visão religiosa, ter-se-ia encontrado uma boa solução; mas tal não se afigura provável. Mesmo que o texto constitucional o imponha, fruto do equilíbrio étnico estabelecido no Conselho de Governo, nada garante que a sua chegada ao poder não altere tal perspectiva. Mantêm-se, assim, as interrogações.
Paradoxalmente, a intervenção da coligação militar anglo-americana influenciou a política prosseguida nos restantes Estados do Golfo, de um modo consonante com os objectivos propostos por Washington. Quase se diria que, onde os Estados Unidos não aplicaram acções militares, o outcome político é positivo, e, onde o fizeram, a regressão é manifesta.

Informação Complementar
Europa e os EUA no “Transatlantic trends 2003” – Um estudo das opiniões públicas
O estudo “Transatlantic Trends 2003”, divulgado a 4 de Setembro de 2003, mostra as semelhanças e diferenças entre as opiniões públicas dos EUA e de oito países europeus a respeito da importância de uns e outros na solução dos problemas internacionais. O estudo foi feito, em Junho de 2003 — já depois de concluída a guerra no Iraque — junto de 8.000 americanos e europeus, pelo German Marshall Fund of the United States e pela Compagnia di San Paolo, de Turim, Itália. Portugal foi incluído no estudo graças ao apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
A taxa de aprovação da política internacional de George W. Bush nas opiniões públicas europeia e americana é um dos dados relevantes que o estudo põe em evidência: só nos EUA e na Polónia o bloco aprovador é maioritário; nos restantes sete países, a reprovação domina, entre os 82% franceses e os 51% portugueses. Ao mesmo tempo, é maioritário, entre os que desejam uma UE forte, o desejo de maior cooperação transatlântica face às questões mundiais: “Americanos e europeus querem uma UE forte e uns EUA a agir no âmbito de instituições multilaterais,” disse Craig Kennedy, presidente do German Marshall Fund, no lançamento do estudo. A título de exemplo, eis algumas perguntas e respostas significativas do “Transatlantic Trends”:

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Ângelo Correia
Empresário. Presidente da Câmara do Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa. Cônsul Honorário do Reino Hachemita da Jordânia em Portugal. Ex-ministro da Administração Interna. Ex-deputado.

Texto complementar: Medo de intervenção dos EUA na Líbia remete à situação no Iraque


Medo de intervenção dos EUA na Líbia remete à situação no Iraque



Anne Applebaum

COLUNA DA ANNE APPLEBAUM

Medo de intervenção dos EUA na Líbia remete à situação no Iraque
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Anne Applebaum

Eu estou me empenhando, mas simplesmente não estou ouvindo as “vozes do mundo inteiro”, às quais o meu colega Charles Krauthammer se referiu na semana passada, que “estão pedindo a intervenção dos Estados Unidos para ajudar a derrubar Muammar Gaddafi”. É verdade que John Bolton, ex-embaixador dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU) e atualmente colaborador da Fox News, declarou que “fortes palavras (e ações) norteamericanas são amplamente justificadas” na Líbia. É igualmente verdade que um grupo de políticos e escritores norteamericanos apoiou também esse tipo de resposta enérgica.

Mas fora das fronteiras dos Estados Unidos, só existe silêncio em relação a isso. Sem dúvida não há ninguém no mundo árabe suplicando pela intervenção militar norteamericana, ou, na verdade, por qualquer tipo de intervenção por parte dos Estados Unidos. Os democratas egípcios estão hesitando até mesmo em aceitar o nosso dinheiro para projetos de desenvolvimento (“A ajuda dos Estados Unidos pode ser mal interpretada”, explicou educadamente um futuro político egípcio alguns dias atrás em uma declaração ao jornal “The Washington Post”).

Não existe ninguém tampouco na Ásia e na Europa pedindo que os fuzileiros navais norteamericanos desembarquem no litoral da Líbia. Os franceses, sentindo-se culpados por terem deixado de apoiar (ou até mesmo de prever) a revolução na Tunísia, enviaram ajuda humanitária a Benghazi, mas, simultaneamente, argumentaram contra o envolvimento militar. Os britânicos já protagonizaram a primeira tentativa isolada para identificarem o que poderia ser feito. No último sábado, uma equipe de tropas de elite britânicas e um agente do serviço de inteligência MI6 desembarcaram perto de Benghazi, procurando simplesmente estabelecer contato com os rebeldes. Eles foram imediatamente presos, algemados, interrogados e expulsos do país. Aparentemente, a última coisa que os rebeldes desejam é o estigma resultante de um contato com estrangeiros.

Por que essa ansiedade dos árabes em relação ao auxílio norteamericano e ocidental? Por que a relutância entre os nossos aliados? A resposta pode ser resumida em uma única palavra: Iraque. Conforme Krauthammer disse, longe de estabelecer “um exemplo para toda a região”, o Iraque funciona como uma advertência contundente: cuidado, pois esse poderá ser o destino do seu país.

Quando as Forças Armadas dos Estados Unidos invadiram o Iraque, nós não sabíamos nada a respeito da oposição iraquiana, exceto aquilo que havíamos escutado de uns dois exilados. Os nossos soldados não falavam árabe e não receberam instruções sobre o que fazer assim que chegassem a Bagdá. A incompetência levou ao caos, que por sua vez gerou violência: dezenas de milhares de pessoas morreram em uma guerra civil que durou oito anos. Embora uma frágil democracia tenha agora emergido, este não é um exemplo que ninguém, em lugar nenhum, deseja seguir.

Não é difícil entender porque os líbios e povos de outros países possam temer uma repetição daquilo que ocorreu no Iraque. Na verdade, o momento de fazer contato com a oposição líbia foi no período de um a cinco anos atrás, quando Tony Blair estava apertando a mão de Gaddafi dentro de tendas no deserto e as companhias ocidentais de petróleo fechavam negócios no país. Mas os britânicos não fizeram esse contato. E nós também não fizemos. Agora nós não sabemos sequer quem são eles. Vários coronéis emergiram como “porta-vozes” dos rebeldes? Mas de todos os rebeldes? Ou de apenas alguns deles? Notícias da imprensa mencionam “relatos secundários obtidos nas redes dos rebeldes” como fontes. Em outras palavras, alguém disse a alguém o que estaria ocorrendo. Conforme a aventura fracassada dos britânicos demonstrou, os espiões também não estão sabendo de nada.

Nós deveríamos impor sanções contra a Líbia, oferecer ajuda humanitária e implementar uma zona de interdição de tráfego aéreo a ser ativada caso os rebeldes começassem a perder a guerra. Mas, no momento, mesmo se as nossas Forças Armadas dispusessem de verbas ilimitadas, e elas não dispõem, o Pentágono não está equipado para instituir a democracia na Líbia. Essa é uma tarefa para as precariamente financiadas redes internacionais de rádio, especialmente aquelas que fazem transmissões em árabe; para instituições independentes como a National Endowment for Democracy; e para grupos que treinam juízes e jornalistas. Demorará até que nós disponhamos de tais contatos para estabelecer tais programas na Líbia. Nós deveríamos começar a fazer esses contatos neste momento.

É bom estar do lado correto da história, e eu não me surpreendo com o fato de os apoiadores que restaram de George W. Bush estarem neste momento se sentindo bem quanto à “agenda da liberdade” que ele algumas vezes defendeu, e da qual algumas vezes se esqueceu quando era presidente. É importante que os nossos soldados e diplomatas falem a língua das pessoas que nós desejamos influenciar. E é importante entender as divisões étnicas e tribais do local que desejamos ajudar. Não devemos repetir erros cometidos no passado: antes de enviarmos a 101º Divisão Aerotransportada, deveríamos descobrir o que as pessoas que vivem no local desejam e do que elas necessitam. Porque, neste momento, eu não ouço nenhum apelo pela nossa ajuda. Eles temem aquilo que a “assistência” norteamericana possa fazer com o
seu país.