PEDROZA, Márcia Flaire. Políticas Educacionais e Desigualdades Sociais.


PEDROZA, Márcia Flaire.  Políticas Educacionais e Desigualdades Sociais.  Disponível em: http://www.apropucsp.org.br/r13r4.htm.  Acessado em 3/10/2003.


A partir da década de 60 desenvolveu-se a teoria do capital humano e, com ela, a percepção da educação e do potencial humano enquanto elementos de extrema importância para o crescimento da economia.
O neoliberalismo e a globalização vêm acentuando as necessidades da qualificação na educação, uma vez que é exigido um maior preparo para o mercado devido à competitividade mundial. No Brasil, o investimento em Educação há muito vem sendo pautado nos ideais neoliberais, ou seja, maior qualificação do ensino, medida pela quantificação, teve seu auge no governo FHC com as políticas educacionais, que almejava universalizar o ensino para gerar trabalhadores mais qualificados e por conseguinte, um maior desenvolvimento.
Esta visão errônea está um pouco fora da realidade. Não podemos esquecer o exemplo que ocorreu no Brasil na década de 1980, onde fora formada mão-de-obra qualificada e despejada num mercado despreparado que não absorveu este contingente. Este exemplo serve para fazermos uma analogia com os dias atuais. O mercado vem qualificando mão-de-obra, mas a economia continua estagnada, fazendo com que aumente a competitividade no mercado, desvalorizando os salários e agregando cada vez mais valor ao capital, e como a maior parte do capital é internacional, a renda é remetida cada vez mais para o exterior.
Não basta somente investir em políticas educacionais se não dermos a devida atenção para a questão social. No modelo neoliberal, a redução de gastos públicos e o não investimento estatal, em serviços sociais, torna impossível a obtenção de resultados na política educacional. O descaso com a saúde, emprego e produção reflete diretamente no crescimento econômico ressaltando os problemas com as desigualdades sociais, que estão fortemente refletidas na distribuição de renda do país, fazendo com que as oportunidades de estudo e trabalho estejam conectados às diferenças de classes.
Márcia Flaire destaca: “A política educacional de um governo comprometido com a democracia deve formar cidadãos educados e politicamente articulados, conscientes dos direitos humanos básicos. Portanto, além da quantidade, as políticas educacionais devem primar pela qualidade e por priorizar o indivíduo social e não o mercado.”
Vivemos num país democrático, em fase de crescimento econômico. Ë obvio que a educação é um patamar para o desenvolvimento, mas esta deve ser ressaltada junto com outras prioridades para que possamos disponibilizar de melhores oportunidades independentes de nossa origem e ou classe social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário