INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

UNIDADE 5: BRASIL: INDUSTRIALIZAÇÃO E POLÍTICA ECONÔMICA

 

CAP.1: Industrialização Brasileira


-Principais fatores determinantes para o desenvolvimento industrial no Brasil:

·                    Produção de algodão, matéria prima essencial para o desenvolvimento da indústria têxtil
·                    Acumulo de capital advindo da produção do café, capital investido posteriormente nas indústrias
·                    Consolidação do trabalho assalariado após a abolição da escravatura
·                    Presença de mão-de-obra barata, ampliada com a vinda de imigrantes que trazia experiência com o trabalho fabril
·                    Infraestrutura já existente proveniente da economia cafeeira: ferrovias, bancos e casas de comércio
·                    Crises econômicas que atingiram os países industrializados (1º GM e Crise de 29), que provocaram a queda nas exportações do café, e restringiram as importações de bens manufaturados.
A restrição de bens manufaturados, obrigou o Brasil a substituir esses produtos, que até então eram adquiridos dos países industrializados. O que caracterizou a “substituição de importações".

As fases da industrialização brasileira:

Primeira fase (1844/1929):
   Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro já haviam se industrializado, lá predominavam as indústrias d bens de consumo não-duráveis (têxtil, alimentícia, couro); mão de obra imigrante e capitais privados e nacionais.

Segunda fase (1930/1955):
Ø  Esta fase é considerada como o período da Revolução Industrial Brasileira, pois foi neste período que a cafeicultura decadente possibilitou a transferência de capital para as indústrias. Houve também neste período, a intervenção do Estado na economia na criação de empresas estatais de bens de produção. Essa estratégia pretendia diminuir a dependência que o país tinha das máquinas e dos equipamentos estrangeiros, além de solucionar os problemas de falta de infraestrutura nos setores de energia e transportes.
Ø    Os investimentos feitos nos setores de siderurgia, refinaria, metalurgia e mineração foram fundamentais para inserir o Brasil no grupo dos países industrializados, onde a indústria passa a comandar a economia do país, antes no setor da agricultura exportadora.
Ø    As indústrias se concentravam na região SE e as migrações se intensificam em direção a esta região.

Terceira fase: 1956 /1990
Ø    Esta fase teve início com o governo de Juscelino Kubitschek, período marcado pela internacionalização da economia brasileira por meio de aliança entre o capital nacional e estrangeiro. Fato evidenciado pela entrada das grandes empresas estrangeiras no país, produtoras de bens de consumo duráveis, como as do setor automotivo.
Ø    O governo de Jk elaborou o plano de metas que dedicava mais de 60% dos recursos orçamentário para o desenvolvimento dos setores de energia, transportes, indústrias de base, alimentação e educação, que facilitaram a instalação das indústrias no país.
Ø    Foi necessário a obtenção de grandes empréstimos com as instituições financeiras internacionais, elevando o endividamento externo.
Ø    O desenvolvimento industrial da década de 50 teve continuidade no período militar, onde ficou conhecido como o “milagre econômico”
Ø    Foi introduzido programas de financiamento ao consumo, destinado a classe média e incentivo as exportações de produtos manufaturados. Com isso a economia do país cresceu a olhos vistos e a concentração de renda aumentou.

Quarta fase 1990 até os dias atuais
Ø    O processo de industrialização tomou novos rumos no Brasil com a idéia do neoliberalismo que defende a liberdade absoluta do mercado e uma restrição a intervenção estatal sobre a economia. Segundo seus defensores, o Estado só deve intervir no mínimo nos setores imprescindíveis à sociedade.
Ø    O neoliberalismo, levou a privatização da maioria das empresas estatais brasileiras por meio do Programa Nacional de Desestatização. A meta desta política era de arrecadar recursos com a venda das estatais e reduzir a participação do estado na economia.
Ø    Adotou uma política de liberação das importações, facilitando a entrada de produtos estrangeiros na economia.
Ø    Muitas indústrias brasileiras não conseguiram se modernizar no mercado internacional e acabaram falindo, outras, foram incorporadas por empresas maiores e principalmente estrangeiras, fazendo crescer ainda mais o capital estrangeiro na economia nacional.
Ø    Essa política teve continuidade nos outros governos, que, além de intensificar as privatizações, promoveram mudanças na legislação trabalhista do país.

As primeiras empresas estatais a serem privatizadas foram: Embraer, Cesp, Chesf, Ligth, Eletronorte e Vale do Rio Doce.

A distribuição industrial no território brasileiro.

Ø    Atualmente porém, é possível verificar uma mudança na dinâmica da localização das indústrias no Brasil. As indústrias têxteis, de calçados e mesmo as automotivas vêm transferindo progressivamente seu setor de produção para outros estados, embora mantenham os serviços de publicidade e de gerenciamento de vendas em São Paulo, a grande metrópole nacional. Isso é possível em virtude do desenvolvimento das comunicações principalmente da internet que permite gerenciar a produção a distância.
Ø    O desenvolvimento técnico-científico-informacional contribui também para o surgimento dos tecnopólos, ou seja, locais que englobam empresas e instituições científicas ligadas às tecnologias industriais avançadas ou de ponta, como ocorre nos municípios de São José dos Campos, Campinas e São Carlos no interior de São Paulo.
Ø    Paralelamente ao deslocamento dessas indústrias ocorrem mudanças significativas no mercado de trabalho: postos são fechados no Sudeste enquanto outros são abertos nos novos pólos industriais. Com altíssimo grau de mecanização e informatização, as novas fábricas obtêm o mesmo rendimento com menor número de empregados. 

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