A POPULAÇÃO BRASILEIRA

UNDADE 6: POPULAÇÃO

 

CAP.3: A população Brasileira


Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total do Brasil é de 190.732.694 habitantes. Esse elevado contingente populacional coloca o país entre os mais populosos do mundo. O Brasil ocupa hoje o quinto lugar dentre os mais populosos, superado somente pela China (1,3 bilhão), Índia (1,1 bilhão), Estados Unidos (314 milhões) e Indonésia (229 milhões). 
A população brasileira está irregularmente distribuída no território, pois há regiões densamente povoadas e outras com baixa densidade demográfica. A população brasileira se estabelece de forma concentrada na região Sudeste, com cerca de 80.353.724 habitantes; o Nordeste abriga aproximadamente 53.078.137 habitantes, o Sul acolhe cerca de 27,3 milhões, além das regiões menos povoadas, região Norte com 15.865.678 e Centro-Oeste com pouco mais de 14 milhões de habitantes. 
A população brasileira está distribuída em um extenso território, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, em virtude disso a população relativa é modesta, com cerca de 22,3 hab/Km2, o dado apresentado classifica o país como pouco povoado, apesar de ser populoso diante do número da população absoluta. 
Como já sabemos, a região sudeste é a região mais populosa do país por ter ingressado primeiramente no processo de industrialização, e hoje encontra-se desenvolvida economicamente e industrialmente. O surgimento da indústria no sudeste foi primordial para a urbanização e a concentração populacional na região, pois tornou-se uma área de atração para trabalhadores de diversos pontos do país. 
O nordeste é a segunda região mais populosa, no entanto, a densidade demográfica é baixa, proveniente da migração ocorrida para outros pontos do Brasil, ocasionada pelas crises socioeconômicas comuns nessa parte do país. 
O centro-oeste ocupa o quarto lugar quando se trata de população relativa, isso é provocado pelo tipo de atividade econômica que está vinculada à agropecuária e que requer pouca mão de obra. 

Conceitos demográficos.

POPULOSO: Possui grande população absoluta. (China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil)
POVOADO: Densidade demográfica – ou população relativa.
SUPERPOVOAMENTO: quando ocorre um descompasso das condições socioeconômicas e tecnológicas da população em relação à área ocupada e os recursos disponíveis.
TAXA DE NATALIDADE: (por mil) é a relação do número de nascimentos ocorridos em um ano e o número de habitantes.
TAXA DE MORTALIDADE: é a relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e o número de habitantes.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL: é o número de crianças que morrem antes de completar um ano de vida. – importante indicador de desenvolvimento socioeconômico.
CRESCIMENTO VEGETATIVO OU NATURAL: é a diferença entre a taxa de natalidade e de mortalidade.
Migração, deslocamento de pessoas de um lugar para outro, geralmente motivado por dificuldades econômicas e/ou políticas em seu lugar de origem, ou por melhores oportunidades oferecidas nos lugares de destino.
POPULAÇÃO ABSOLUTA E POPULAÇÃO RELATIVA
O total de habitantes de um lugar constitui sua população absoluta. Assim, podemos dizer que a população absoluta da Terra é superior a 6 bilhões de habitantes. Mas para avaliar concretamente a presença humana num determinado lugar, utilizamos também o conceito de população relativa, que indica a distribuição da população em relação à superfície do lugar. A população relativa, também chamada de densidade demográfica, corresponde ao número de habitantes por unidade de área, geralmente o quilometro quadrado.

O crescimento populacional do Brasil

Fases do crescimento:

A partir de 1930 iniciou-se no Brasil o processo de industrialização e urbanização que trouxe muitas mudanças que ajudaram a influenciar no nosso crescimento. Até então, o Brasil era um país agrário, com população rural.

Nos anos 50, o lado urbano do Brasil começou a crescer assustadoramente. Muitas pessoas começaram a deixar os campos para trabalhar nas cidades (êxodo rural), principalmente nas regiões sudeste (onde a industrialização era muito ativa) e na região centro-oeste (construção de Brasília). o governo incentivou a ocupação da região centro-oeste – era a chamada “Marcha para o Oeste”- prometendo doar terras para quem fosse...

Observação: Ao longo da nossa história, houve muitos movimentos migratórios no país. Alguns foram incentivados pelo governo, porém outros foram espontâneos.
Quando foi anunciado que encontraram ouro em Minas Gerais, muitos seguiram para lá, poucos anos depois, surgiram várias cidades como Ouro Preto e Mariana. Isso ocorreu no século XVIII.
A urbanização melhorou muito a vida dos brasileiros. Nas cidades havia uma melhor condição de vida (higiene e saúde, água tratada, serviços de vacinação, redes de saneamento básico, etc, como conseqüência a taxa de mortalidade diminuiu bastante. Essas novas condições urbanas e a revolução no campo da medicina provocaram um alto crescimento vegetativo da população.

Os anos 60, o país diminui o ritmo de crescimento, que teve como causa a revolução nos costumes, não só por causa da pílula anticoncepcional (que diminuiu muito a taxa de natalidade), mas também outros fatores como a vida na cidade e a entrada da mulher no mercado de trabalho ajudaram muito a reduzir esse índice.
Atualmente, as famílias não são mais tão numerosas, principalmente nas zonas urbanas. O controle da natalidade está se tornando hábito até mesmo nas camadas mais pobres.

Observação: Sem sombra de dúvida, as desigualdades econômicas e sociais são um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta. Há muita diferença entre a expectativa de vida dos sulistas e dos nordestinos. Os dados afirmam que no sul, as pessoas vivem mais do que no nordeste. A mortalidade infantil também é alta no nordeste, justamente por causa da precária assistência médica (principalmente com as mulheres grávidas) e as próprias condições de miséria que vive grande parte do povo nordestino.

As migrações e o aumento da população

A imigração - entrada da população no país

Uma visão muito difundida, porém errada, era de que a taxa de migração é que foi a responsável pelo nosso crescimento demográfico. Ela contribuiu, mas não foi o fator principal.
A colonização do sul do país e a substituição da mão-de-obra escrava pela a assalariada contribuiu muito para a vinda de milhões de imigrantes para o Brasil.
Com a proibição do tráfico negreiro (1850) começaram a faltar escravos para trabalhar na lavoura, foi a partir daí que a imigração (principalmente européia) começou a crescer. Remete-se aí a primeira fase da industrialização do Brasil, como já foi visto anteriormente.
Vieram para o Brasil os italianos, sírios, alemães, espanhóis, portugueses etc. Com o passar do tempo, alguns imigrantes conseguiram suas próprias terras, outros foram trabalhar nas fábricas, sem contar com os que fundaram indústrias (alimentícias, tecidos).
Em 1908, uma outra leva de imigrantes veio para o país: os japoneses.
Muitos deles foram trabalhar no interior paulista nas diversas lavouras de café e outros se fixaram próximo a capital para trabalhar com a agricultura, que era um dos principais meios de abastecimento da cidade que estava em processo de crescimento.
Porém, de todos os imigrantes que vieram para cá, o grupo que mais se destacou foram os portugueses.
Claro que não podemos esquecer a influência que os negros tiveram na nossa população, principalmente na nossa cultura. E na miscigenação o povo.
Como já foi dito antes, foi em 1930 que teve início o processo de industrialização (RJ e SP). O surgimento das indústrias ajudou muito no crescimento das cidades, pois buscavam operários para suas fábricas. Assim como as indústrias, a construção civil também precisava de trabalhadores. Toda essas oportunidades levaram a um processo de deslocamento interno, ou seja, muitas pessoas saíram do nordeste rumo ao sudeste, na esperança de conseguir uma vida melhor.
Devido ao excesso de mão-de-obra, em 1934, o governo brasileiro resolveu barrar a imigração na tentativa de não piorar a crise. A Lei de Cota de Imigração foi promulgada e fez com que a imigração reduzisse bastante.
Porém, mesmo assim, um dos grandes problemas gerados, foi a imigração ilegal, principalmente de coreanos e bolivianos, que, somente nos anos 80, o governo brasileiro concedeu anistia para os imigrantes ilegais e hoje a colônia coreana é muito grande em SP, dominando o setor de confecções, no Rio esta colônia também começa a crescer, e no Saara (no centro do Rio de Janeiro onde os donos do comércio são sírios e libaneses) já tem várias lojas de comerciantes coreanos.

Emigração – saída da população de um país.

Nos anos 80 e 90 muitos brasileiros pressionados pela crise econômica e o desemprego, tentaram sobreviver em outros países. Os EUA são o endereço número um na lista de lugares para se viver, o Paraguai vem em segundo lugar.
O Japão também está nesta lista, e os brasileiros que trabalham lá são chamados de dekasseguis.

A idade da população brasileira – O Brasil está envelhecendo!

O Brasil já não é mais um país jovem, é importante enfatizarmos que a população de idosos está crescendo cada vez mais e a expectativa de vida também vem aumentando: aproximadamente 64,1 anos para os homens e 70,6 anos para as mulheres.
Como podemos observar, as mulheres vivem mais, logo a maioria da população brasileira da terceira idade é feminina.
Mas, se formos analisar região por região, acontece um fato interessante e curioso, na região centro-oeste e nordeste a população masculina é maior, isso acontece por causa das atividades agrícolas presentes nestas regiões que atraem muitos homens para o trabalho.
Hoje podemos dizer que a maioria da população brasileira vive nas cidades. Por isso o Brasil é denominado um país urbano.
As grandes cidades que ao mesmo tempo oferecem uma condição melhor para o povo, também levam medo para as diversas famílias por causa da violência , desemprego e precariedade nos serviços médicos e educacionais além de muitos outros fatores. Resultado de uma macrocefalia urbana, onde as cidades não consegue suportar o contingente populacional por falta de estrutura urbana e de empregos para a população.
O fenômeno de envelhecimento da população, gera sérios problemas na área da previdência social caso o envelhecimento da população continue ocorrendo, será preciso considerar novas formas de aposentadoria, uma vez que a população contribuinte deverá financiar um número maior de aposentados.
Desse modo, constata-se que o aumento da população idosa é um dos fatores que contribuem para aumentar o déficit das contas do país. Como resultado, haverá maior endividamento e, portanto, um agravante para a crise econômica. Também significa que haverá menos recursos públicos para serem destinados aos setores sociais, como saúde, educação, moradia, segurança, saneamento básico, transporte etc., o que, evidentemente, reproduziria e agravaria as condições e subdesenvolvimento do Brasil.

Tipos de migração:
Entende-se por migração, qualquer mobilidade espacial feita por sociedades humanas.
A migração é um movimento que de um lado se configura em emigração, quando o movimento é de saída de um determinado país; e imigração, quando o movimento é de entrada em um determinado país.
Com isso temos países que são considerados países de emigração (aqueles onde predomina a saída de pessoas), e países de imigração (aqueles onde predomina a entrada de pessoas).
As migrações podem ser de vários tipos.
Se considerarmos o espaço de deslocamento temos
a)   Migração internacional ou externa: aquela que se realiza de um país para o outro.
b)   Migração nacional ou interna: aquela que se realiza dentro do mesmo país. Essa se subdivide em :
b.1) Migração inter-regional: aquela que se realiza de uma região para outra.
b.2) Migração intra-regional: aquela que se realiza dentro da mesmo região.

Se levarmos em consideração o tempo de permanência do migrante temos:

a)  Migração definitiva: quando a migração se dá sem que o migrante saia mais do local para onde foi, ou que não voltei mais para o local de onde saiu.
b) Migração temporária: quando a migração se dá por um tempo que pode ser determinado ou indeterminado.

Se considerarmos a forma como se deu a migração temos:

a)  Migração espontânea: quando ela se dá por vontade própria do migrante.
b)  Migração forçada: quando ela se dá por uma vontade externa ao interesse do migrante.
c)   Migração planejada: quando ela se dá de forma planejada afim de cumprir um determinado objetivo.  

Dentre as migrações internas temos os seguintes movimentos:
a)                 Êxodo rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações rurais para o espaço urbano. Esse tipo de migração em geral tende a ser definitivo. As principais causas dele são: a industrialização, a expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura. O êxodo rural está diretamente ligado ao processo de Urbanização.
b)                 Êxodo urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço rural. Hoje em dia é um tipo de migração muito incomum.
c)                  Migração urbano-urbano: tipo de migração, que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra. Tipo de migração muito comum nos dias atuais.
d)                 Migração sazonal: tipo de migração que se caracteriza por estar ligada as estações do ano. É uma migração temporária onde o migrante sai de um determinado local em um determinado período do ano, e posteriormente volta, em outro período do ano, é a chamada transumância. É o que acontece por exemplo com os sertanejos do Nordeste brasileiro.
e)                  Migração diária ou pendular: tipo de migração característico de grandes cidades, no qual milhões de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa em direção do seu trabalho, e retornam no final do dia. Os momentos de maior aglomeração de pessoas são chamados de rush Isso se dá em virtude da periferização dos trabalhadores que muitas vezes moram a vários quilômetros de distância de seu trabalho, em alguns casos até mesmo em outras cidades que passam a ser chamadas de cidades dormitório.


Consequências da migração:

·           Contribuição e influência no processo de ocupação e povoamento, na distribuição geográfica da população e, é claro, no próprio desenvolvimento econômico;
·           Contribuição no processo de miscigenação étnica e na ampliação e difusão cultural entre povos;
·           Quando a emigração significa perda de mão de obra qualificada (fuga de cérebros), os prejuízos para o país emigratório são enormes, ao passo que para o país imigratório as vantagens são muito grandes.
·           Podem acarretar mudanças de costumes, concorrência à mão de obra local e problemas políticos ideológicos, raciais, etc.
·           Vantagens econômicas para os países que não tem condições de atender as necessidades básicas de suas populações.

As Teorias Demográficas

TEORIA DE MALTHUS – A população crescia de forma geométrica e a produção de alimentos de forma aritmética. Propunha uma política de controle antinatalista, com medidas de controle de natalidade e o número de filhos compatível com os recursos dos pais.

TEORIA NEOMALTHUSIANA (ALARMISTA) – Atribuíam a culpa pela situação de miséria ao crescimento populacional. Defendiam programas rígidos de controle de natalidade, com uso de todos os métodos possíveis.

TEORIA REFORMISTA OU MARXISTA – Consideram a própria miséria responsável pelo crescimento populacional. Os países não se tornam desenvolvidos apenas pela redução das taxas de natalidade.

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