Atividades Econômicas no Espaço Rural

UNIDADE 8: O ESPAÇO RURAL E A PRODUÇÃO AGRÍCOLA

Atividades Econômicas no Espaço Rural


O meio rural compreende o espaço que não é urbano, portanto diferencia as suas atividades produtivas. Tradicionalmente as atividades rurais são basicamente:
Agricultura (cultivo de vegetais como: milho, arroz, feijão, trigo, soja, hortaliças, frutas e etc.)
Pecuária (Produção pastoril ou não, de bovinos, suínos, caprinos, ovinos etc.).
Embora haja atualmente outras atividades, principalmente no ramo turístico, hotéis fazenda, Spas, clínicas de recuperação entre outras, tem modificado a configuração da utilização do espaço agrário.

Hoje, no Brasil, a ocupação da terra na atividade agropecuária está dividida da seguinte forma:
·         71,1% terras ainda não aproveitadas economicamente,
·         21% pastagens
·         5,9% lavoura.

Tipos de Agricultura:

Agricultura familiar
Na agricultura familiar, o trabalho, a administração, as decisões sobre o que e como produzir e os investimentos são realizados pelos membros de uma família, sendo ou não eles proprietários da terra- muitas famílias produzem em terras arrendadas, empregando até mesmo mão-de-obra contratada.
Um tipo de agricultura familiar que prevalece nas regiões muito pobres é a agricultura de subsistência, voltada às necessidades imediatas de consumo alimentar dos próprios agricultores.
Por falta assistência técnica e de recursos, não há preocupação com a conservação do solo, utilizando sementes de qualidade inferior, não tem investimento em fertilidade e com isso a rentabilidade e produção são baixas.
Atualmente, o que prevalece é a agricultura familiar voltada para o comércio urbano: o agricultor e sua família cultivam algum produto que será vendido na cidade mais próxima, mas o dinheiro que recebem é suficiente apenas para a garantia da própria subsistência.
Outro tipo de agricultura familiar é a agricultura de jardinagem. Esta expressão tem origem no sudeste asiático onde há intensiva produção de arroz em planícies inundáveis, com a utilização intensiva de mão de obra. A grande diferença deste tipo de produção é que se obtem alta produtividade, investimentos em sementes de qualidade, aplicação da biotecnologia e técnicas de preservação do solo que permite a fixação das famílias por tempo indeterminado.

Agricultura patronal

Na agricultura patronal ou empresarial, prevalece a mão de obra contratada e desvinculada da família do administrador ou proprietário de terra. As grandes empresas são responsáveis pela administração agrícola em que predominam os complexos agroindustriais.

Características
·         Alto desenvolvimento tecnológico
·         Uso da biotecnologia e sementes transgênicas
·         Subsídios governamentais e políticas protecionistas
·         Alta concentração de terras

Este modelo de agricultura é muito comum na EU, EUA, Canadá, Austrália, Argentina e Brasil, principalmente em regiões onde se cultivam soja e laranja.

A REVOLUÇÃO VERDE


A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em Washington. Porém, o processo de modernização agrícola que desencadeou a Revolução Verde ocorreu no final da década de 1940. 
                     
Esse programa surgiu com o propósito de aumentar a produção agrícola através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo e utilização de máquinas no campo que aumentassem a produtividade. Isso se daria através do desenvolvimento de sementes adequadas para tipos específicos de solos e climas, adaptação do solo para o plantio e desenvolvimento de máquinas. 
As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola. 
Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Utilizando um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no mundo, o grupo Rockefeller expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a corporação com vendas de verdadeiros pacotes de insumos agrícolas, principalmente para países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México. 
De fato, houve um aumento considerável na produção de alimentos. No entanto, o problema da fome no mundo não foi solucionado, pois a produção dos alimentos nos países em desenvolvimento é destinada, principalmente, a países ricos industrializados, como Estados Unidos, Japão e Países da União Europeia. 
O processo de modernização no campo alterou a estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar às novas técnicas de produção, não atingiram produtividade suficiente para se manter na atividade, consequentemente, muitos se endividaram devido a empréstimos bancários solicitados para a mecanização das atividades agrícolas, tendo como única forma de pagamento da dívida a venda da propriedade para outros produtores.
A Revolução Verde proporcionou tecnologias que atingem maior eficiência na produção agrícola, entretanto, vários problemas sociais não foram solucionados, como é o caso da fome mundial, além da expulsão do pequeno produtor de sua propriedade.

BIOTECNOLOGIA, TRANSGÊNICOS E AGRICULTURA ORGÂNICA


A biotecnologia compreende o desenvolvimento de técnicas voltadas à adaptação ou ao aprimoramento de características dos organismos animais e vegetais, visando ao aumento da produção. Há várias décadas, seu desenvolvimento vem proporcionando benefícios socioeconômicos e ambientais nas regiões agrícolas. A seleção de sementes, os enxertos realizados em plantas, o cruzamento induzido de diferentes animais de criação, a associação de culturas são algumas das técnicas agrícolas que fazem parte da biotecnologia. É possível cultivar plantas de clima temperado, como a soja, o trigo e a uva, em regiões de clima tropical; acelerar o ritmo de crescimento das plantas e a engorda dos animais; aumentar o teor de proteínas, vitaminas e sais minerais em algumas frutas, verduras, legumes e cereais; aumentar o intervalo de tempo entre o amadurecimento e a deterioração das frutas, entre outras inovações que beneficiam os produtores agrícolas, os comerciantes e os consumidores.
Em meados da década de 1990, porém, um ramo da biotecnologia, a pesquisa genômica, passou a lidar com um novo campo que gerou e continua gerando muita controvérsia: a produção de organismos geneticamente modificados (OGMs), os chamados transgênicos. No caso das plantas, estas se tornam resistentes à ação de pragas ou de herbicidas fabricados por grandes empresas multinacionais, o que leva o agricultor a utilizar somente uma marca de produto e a ficar totalmente dependente de uma única empresa. Outras modificações genéticas mais antigas, como o melhoramento das sementes ou o aumento na proporção de nutrientes dos alimentos, nunca chegaram a ser criticadas da mesma maneira.
Essa nova tecnologia possui vários aspectos positivos e negativos, o que têm gerado grandes polêmicas. Entre os positivos, podemos destacar a elevação nos índices de produtividade, a redução do uso de agrotóxicos e a conseqüente redução dos custos de produção e das agressões ambientais, além da criação de plantas resistentes a vírus, fungos e insetos, bem como variedades resistentes a secas e solos ácidos. Quanto aos aspectos negativos, aponta-se sobretudo a falta de conclusões confiáveis nos estudos dos possíveis impactos ambientais do seu cultivo em grande escala, além dos potenciais efeitos danosos à saúde humana. Outro aspecto duramente criticado é o monopólio no controle das sementes - por exemplo, a empresa Monsanto produz sementes de uma variedade de soja chamada Roundup Ready, cuja tradução é "preparada" ou "pronta para o Roundup", herbicida fabricado pela própria empresa.
Os Estados Unidos liberaram o cultivo e a comercialização de milho, soja, algodão e outras plantas transgênicas em meados da década de 1990, e cerca de um terço de sua atual produção de grãos utiliza essas sementes. Em 2001, um estudo da Organização Mundial de Saúde COMS) concluiu que os alimentos transgênicos aprovados para comercialização não fazem mal à saúde e contribuem para melhorar as condições ambientais ao reduzir, na maioria dos cultivos, o volume de pesticidas empregados na agricultura - essa posição passou a ser apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em maio de 2004. Argentina, Índia, China, Ucrânia, Canadá e outros países também liberaram seu cultivo e comercialização, mas a maior aceitação desses produtos no Brasil só se concretizou em 2003, quando o Reino Unido e outros países da União Européia divulgaram estudos comprovando a segurança ambiental e alimentar de algumas plantas transgênicas.
É importante ressaltar, entretanto, que não se pode generalizar esse tipo de estudo. O cultivo de plantas transgênicas é pesquisado e liberado caso a caso. Saber que atualmente o algodão ou o milho transgênicos não oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde das pessoas não significa que outros tipos de OGMs sejam igualmente seguros. Além disso, técnicas de pesquisa mais refinadas, que estão em contínuo desenvolvimento, podem revelar, no futuro, que o que hoje se considera seguro na verdade não o é.
No Brasil, em 5 de janeiro de 1995, foi decretada a Lei de n. 8974, que "estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização no uso das técnicas de engenharia genética na construção, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, liberação e descarte de organismo geneticamente modificado (OGM), com o objetivo de proteger a vida e a saúde do homem, dos animais e das plantas, bem como o meio ambiente". O controle e a fiscalização dessa lei ficou a cargo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tec­nologia. Algumas de suas atribuições são: a implementação da Política Nacional de Biossegurança sobre os transgênicos, o esta­belecimento de normas técnicas de segurança e a emissão de pareceres sobre a proteção da saúde humana e do meio ambiente.
 Em contrapartida, vem crescendo bastante o número de agricultores e consumidores adeptos da agricultura orgânica, sistema de produção que não utiliza nenhum produto agroquímico - fer­tilizantes, inseticidas, herbicidas etc. nem geneticamente modificado. A adubação e o controle de pragas são realizados com matéria orgânica e controle biológico - uso de predadores naturais para controle de pragas. Há, também, grande preocupação em manter o equilíbrio ecológico dos solos, que são a base desse sistema: é o suporte para a fixação das raízes e sua fonte de nutrien­tes. Os agricultores que adotam a agricultura orgânica buscam, portanto, manter o equilíbrio do ambiente e de sua produção por meio da preservação dos recursos naturais.
Esse tipo de agricultura valoriza a manutenção de faixas de vegetação nativa, além da rotação e associação de culturas, e por isso envolve somente propriedades policultoras com suas vantagens inerentes: na grande maioria, a produção é obtida em pequenas propriedades fami­liares, aumentando a oferta de ocupação produtiva à população e tornando desnecessária a migração para as cidades.
No Brasil, como em muitos outros países, a produção de alimentos orgânicos é fiscalizada, e as embalagens são cer­tificadas para que o consumidor tenha confiança no produto e garantia de que não está ingerindo substâncias potencialmente daninhas. Em 2003, foi encaminhado um projeto de lei ao Senado Federal para regulamentar a fiscalização e a certi­ficação da agricultura orgânica no país.

13 comentários:

  1. Muito obrigada...
    Me salvou na prova.

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  2. espero que me ajude tambem.... rezem por min.

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  3. Sim, está incompleto, eu sei. mesmo porque estar completo num tema desses tão atual é impossível. Eu uso este espaço para postar as matérias que leciono na escola para os meus alunos. Como estou ainda reformulando o blog, a qualquer momento atualizarei as informações. Fique atento aos textos complementares que tem no blog. eles complementam informações, ok?

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    1. Obrg Prof, sou seu aluno.... aushaushuahsuahsuashu

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  4. obrigado ajudou muito, parabéns a senhora faz o possível para ajudar e eles aindam reclamam. A senhora está de parabéns...

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  5. achei muito legal e ate pela internet agente aprende geografia.

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  6. muito cumprido não consegui terminar de lerr................

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  7. gosteii melhor do que os outros que encontrei esse daki da de 100 á 0 neles!!!!

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  8. Me ajudou bastante com essas informações obrigado .....

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  9. Muito legal professora, parabéns!!

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  10. Posso fazer uma pergunta? Quais são as novas atividades introduzidas no espaço rural, preciso muito da sua ajuda, pq o seu texto me ajudou apenas em uma, preciso de duas, obg mesmo assim 👍👍

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