OFICINA DE MAQUETE E MAPAS 3D PARA O ENSINO MÉDIO


COLÉGIO SOUZA MARQUES
PROJETO DE GEOGRAFIA




OFICINA DE MAQUETE e MAPAS EM 3D PARA O ENSINO MÉDIO


Autora:  Laisa Cabral Caetano

 

EU OUÇO E EU ESQUEÇO,
EU OLHO E EU LEMBRO,
EU FAÇO E EU ENTENDO!
(HENRY CASTNER).

RESUMO

A Oficina de Maquete tem por objetivo principal, fazer  com que o educando compreenda o espaço tridimensional representado pela maquete, estabelecendo diferenças entre o bidimensional do mapa e as três dimensões da maquete.  Através da oficina, os alunos confeccionam maquetes que representam o relevo, utilizando uma técnica simples e desenvolvendo a capacidade de observação, pois os alunos passam para as folhas de papel vegetal as cores (hipsometria) dos mapas que representam o relevo ou mapas de curvas de nível (sendo uma folha copiada para cada curva ou cor hipsométrica).

Posteriomente, as folhas de papel vegetal, com o rascunho das linhas serão cortadas, e sobrepostas, uma após a outra, em folhas de isopor. As folhas de papel vegetal servirão como “molde” e as folhas de isopor irão formar a representação do relevo. De acordo com o andamento do trabalho, os alunos irão colando as folhas de isopor cortadas, uma após a outra. A base deverá ser maior, a maquete com as folhas de isopor deverão ser coladas na base, e como acabamento final, os alunos deverão passar massa corrida, lixar e pintar de acordo com as cores hipsométridas.

APRESENTAÇÃO

As orientações curriculares propostas pelo MEC (2006), para o Ensino Médio, alertam para a importância de uma prática pedagógica inovadora, na qual os alunos possam observar, descrever, comparar e analisar fenômenos de diversas ordens, desenvolvendo suas potencialidades intelectuais. Tais orientações, no âmbito do ensino de Geografia, enfatizam a importância do aluno aprender a ler mapas. Para que isso aconteça, é necessário conhecer a simbologia das legendas, organizar e hierarquizar fenômenos e entender os detalhes em diferentes escalas cartográficas Tanto as Orientações Curriculares propostas pelo MEC como as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná ressaltam a linguagem cartográfica como indispensável no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Geografia.

A redução no uso dos instrumentos de linguagem cartográfica no ensino de Geografia compromete o trabalho pedagógico. É claro que não é função do professor de Geografia dominar técnicas de elaboração das representações gráficas, porque isso compete ao profissional Cartógrafo, porém pode ensinar a ler, a analisar e a interpretar as informações contidas nessas representações com o objetivo de compreender a Cartografia como possibilidade de entendimento do Espaço Geográfico. 

Na atualidade, a linguagem da Cartografia faz parte do cotidiano dos alunos através da televisão e da internet principalmente. As representações são exibidas com técnicas cada vez mais sofisticadas e de fácil acesso a uma quantidade expressiva de pessoas, porém, na escola o uso desse conhecimento não tem a mesma intensidade.

Neste projeto proponho como metodologia, a construção de maquetes Geográficas para o Ensino Médio, numa seqüência didática prática e dinâmica, adaptada à carga horária da disciplina, possibilitando, através da visualização, a leitura, a interpretação e a análise do Espaço Geográfico.

O estudo da Geografia concentra-se no Espaço Geográfico,compreendido pelas dimensões do tempo e do espaço, pelas relações entre a natureza e a sociedade, mediadas pelo trabalho (próprio do ser humano) e pela técnica, suas inter-relações visíveis e invisíveis e seus movimentos e transformações, permitindo a compreensão do mundo em suas diferentes dimensões.

Nessa linha de ação, pode-se dizer que a espacialização - resultante dos produtos da Cartografia: mapas, plantas, croquis, perfis topográficos, globos, maquetes, fotografias aéreas e imagens de satélite - colabora para a explicação de fenômenos que estão essencialmente presentes no pensamento geográfico, portanto, são considerados instrumentos indispensáveis para aqueles que procuram fazer uma leitura do espaço geográfico.

A proposta de trabalho OFICINA DE MAQUETE E MAPAS 3D, fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Cartografia básica como instrumento da Geografia. De acordo com a definição de Cartografia apresentada pelo Atlas Geográfico Escolar do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia, “Cartografia é a representação geométrica plana, simplificada e convencional, do todo ou de parte da superfície terrestre, apresentada atravéS de mapas, cartas ou plantas”.

A representação do espaço geográfico através de mapas, permite a reflexão sobre a realidade vivida. Mapas possuem simbologias próprias (gráfica e cartográfica) portanto, através da comunicação visual, pode-se observar as várias representações da Terra. A leitura e interpretação de mapas podem interferir na forma de se enxergar o mundo. O projeto de Geografia – Oficina de Maquete e Mapas 3D, tem a mesma pretensão. Através da maquete, o aluno poderá fazer comparações de grandeza, interpretar inúmeros recursos visuais como mapas e fotos, além de fazer a “leitura” da tridimensionalidade permitida, já que a maquete utiliza a representação em três dimensões (largura, altura e comprimento).

A maquete é uma forma de registrar a superfície terrestre de forma reduzida, como na escala de um mapa. Dessa forma, o Projeto irá proporcionar ao educando perceber que a natureza, objeto de estudo da Geografia, deve estar sempre articulada à ação da sociedade, que se apropria e utiliza-se de vários recursos da natureza.

Portanto, ao confeccionar uma maquete, deve-se levar em consideração as formas de apropriação e transformações da natureza pelas sociedades.

OBJETIVOS

Ler, analisar e interpretar mapas e sua linguagem cartográfica (hipsometria).Compreender o espaço tridimensionalmente representado pela maquete, estabelecendo diferenças entre a verticalidade dos mapas e a obliquidade de fotografias aéreas.

Reconhecer e aplicar o uso da maquete como forma de organizar e conhecer a localização e distribuição de fenômenos naturais e humanos. Considerar a maquete como instrumento de análise de espacialização geográfica.

Diversificar a maneira de aprender sobre a realidade, utilizando na maquete “artes plásticas”, como linguagem relevante nos estudos geográficos.

Analisar e comparar, interdisciplinarmente, a importância do relevo e da preservação dos mananciais hídricos.

Considerar relevante a reciclagem de materiais como o papelão na sustentabilidade do meio ambiente.

Proporcionar ao aluno o trabalho interdisciplinar com as disciplinas de artes, física, biologia, história e matemática.

METODOLOGIA

A criação de maquete por parte dos alunos poderá solucionar o problema da dificuldade na interpretação de mapas físicos, com representação de altimetria, batimetria, através de cores hipsométricas, pois o “abstrato” bidimensional do mapa, torna-se “real”, nas três dimensões da maquete (largura, altura e comprimento).

A oficina de maquete utilizará uma técnica simples, onde os alunos irão transferir do mapa de representação física (representação de relevo; bacias hidrográficas. Densidades demográficas e outros) para folhas de papel vegetal as curvas de nível ou as cores hipsométricas e o conjunto de informações, sendo uma folha copiada para cada curva ou cor que represente a fonte desejada. Posteriormente, as folhas transparentes serão cortadas e sobrepostas uma após outra para o isopor  numa base que maior,  (representando a menor altitude).

Para um efeito visual mais bonito e melhor acabamento, a maquete deverá ser recoberta com massa corrida, lixada e pintada com tinta guache.

Os alunos poderão observar a tridimensionalidade, comparar com o mapa e apresentar o resultado concreto com a exposição das maquetes produzidas por todos os alunos.

AVALIAÇÃO

A professora de Geografia e os demais professores que estiverem envolvidos na proposta, irá coordenar e orientar todas as atividades desenvolvidas, desde a observação e leitura de mapas, o corte dos moldes que irão representar as curvas de nível, ao acabamento das maquetes, na fase final do trabalho. 

A observação dos professores irá facilitar o desempenho dos grupos de seus avanços.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto de Geografia – Oficina de Maquete e mapas 3D, irá propiciar ao aluno a leitura do espaço geográfico e ajudá-lo a compreender a espacialização dos aspectos físicos como a representação do relevo, bacias hidrográficas  e outros. Porém, é importante esclarecer que as maquetes não apresentam precisões na escala e, como todo e qualquer mapa que deforma a realidade através da planimetria em suas projeções, maquetes também podem apresentar generalizações quando representam as altimetrias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO, R.; Guimarães, R.B.R.; Costa, Wagner, 1998. Construindo a Geografia, Editora moderna.176 páginas. Atlas Geográfico Escolar – IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia), 2002. Rio de Janeiro.197 páginas.

FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A Cartografia no Ensino de Geografia: a aprendizagem Mediada.  20.ed. Cascavel - Paraná: EDUNIOESTE, 2004.

MAGNOLI, D.; Araujo, R.; 2000. Projeto de Ensino de Geografia , Editora Moderna. 336 páginas.

MEC - Ciências Humanas e suas Tecnologias. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. SEB: Brasília, 2006.

OLIVEIRA, E.A.; Apostila. 35 páginas. Pereira, D.; Santos, D.; Carvalho, M.1999.

SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas - 30 ed São Paulo: Ática, 2000.


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